sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Profundezas

Segundas tudo bem, sábados não.

Sábado dava vontade de adiar, de dormir, de comer e voltar a dormir. O sábado não.

O sábado e o centro que exala movimento, e o som que vibra subindo pelo asfalto violentando os ouvidos (e as orelhas que tremem), e, a vontade de ficar em silêncio ali mesmo. É possível concordar com as sextas, o prelúdio do final de semana, a exaltação coletiva, aliás, qualquer cachaça de sexta á noite, qualquer tédiozinho ao chegar em casa. Mas o sábado não.

Quando o corpo descansa da semana, quando a cabeça encontra-se desvinculada do ritmo de segunda a sexta, quando a mente se depara sem compromissos resistindo a despertar, [presa] – imagine correntes com aquela bola pendurada -, é necessário lembrar-se de qualquer coisa que se é ou deveria ser. É necessário vasculhar papéis, verificar a temperatura do corpo, olhar a parede de casa, ir até fora e andar até o portão.

Quando se acorda no sábado tudo é nada.

Suspiro, respiração.

Profundezas, embaixo da coberta, escondida do mundo.

Quando a semana acaba o que você é além de um corpo que não produz, que se desprende das engrenagens insaciáveis de uma busca por mais e mais e mais... Me faz ter saudades de uma criança feliz suja de terra. Tudo vai bem, prospero.

Esperancinha!

E um samba nítido tocava, ouvia de longe, numa madrugada qualquer em uma cidade desconhecida cujas luzes significavam...

Significam seja o que for, por que é bacana saber que algo espera em algum lugar.