Segundas tudo bem, sábados não.
Sábado dava vontade de adiar, de dormir, de comer e voltar a
dormir. O sábado não.
O sábado e o centro que exala movimento, e o som que vibra
subindo pelo asfalto violentando os ouvidos (e as orelhas que tremem), e, a
vontade de ficar em silêncio ali mesmo. É possível concordar com as sextas, o prelúdio
do final de semana, a exaltação coletiva, aliás, qualquer cachaça de sexta á
noite, qualquer tédiozinho ao chegar em casa. Mas o sábado não.
Quando o corpo descansa da semana, quando a cabeça
encontra-se desvinculada do ritmo de segunda a sexta, quando a mente se depara
sem compromissos resistindo a despertar, [presa] – imagine correntes com aquela bola pendurada -, é
necessário lembrar-se de qualquer coisa que se é ou deveria ser. É necessário
vasculhar papéis, verificar a temperatura do corpo, olhar a parede de casa, ir
até fora e andar até o portão.
Quando se acorda no sábado tudo é nada.
Suspiro, respiração.
Profundezas, embaixo da coberta, escondida do mundo.
Quando a semana acaba o que você é além de um corpo que não
produz, que se desprende das engrenagens insaciáveis de uma busca por mais e mais
e mais... Me faz ter saudades de uma criança feliz suja de terra. Tudo vai bem,
prospero.
Esperancinha!
E um samba nítido
tocava, ouvia de longe, numa madrugada qualquer em uma cidade desconhecida
cujas luzes significavam...
Significam seja o que for, por que é bacana saber que algo
espera em algum lugar.