É assustador pensar nas probabilidades das coisas e na
possibilidade delas acontecerem. É insuportável inserir números cara calcular
todos os detalhes do cotidiano. Olhar os pesadelos com uma lente de aumento,
olhar os sonhos com uma lente de aumento e desfigurar o que nem são fatos.
Colocar “e se” antes de todas as afirmativas desejáveis e indesejáveis
imagináveis é uma tentativa esperançosa demais, e demasiadamente frustrante. É
ter expectativas que podem não acontecer, antecipar sofrimentos que podem nem
existir. Talvez o raciocínio se perca para evitar o tédio e entender que as
coisas são como são.
Eu queria ter algumas certezas, eu gosto de âncoras e
gostaria de saber de algumas da minha vida. Crio esquemas mentais tentando me
convencer que algumas coisas sempre acontecem e há uma esquina que sempre estará lá.
Uma mulher me ofereceu um mapa astral, e pela primeira vez
eu recusei. Virei uma das tantas esquinas que cruzo escolhendo um caminho
diferente. Fiquei curiosa pela lógica do caos.
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